terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Sobre a espera


Há alturas na vida em que a única coisa que podemos fazer é esperar. Esperar é uma tarefa que exige paciência e inteligência. Esperar não é fácil e há até quem desespere. Mas quem espera sempre alcança, desde que não tenha de esperar sentado.

Há esperas e esperas. Nunca vou esperar que cresça. Nunca vou esperar pela morte. Nunca vou esperar pelo fim-de-semana ou pelo verão. Nunca vou esperar por dias melhores. Não faz sentido.

O autocarro que nunca mais chega. Os nove meses de gravidez. A sala de triagem de um hospital. O telefonema depois de uma entrevista de emprego. A resposta a uma mensagem importante. Os dias que se sucedem depois de fazermos um teste em que damos voltas à cabeça para nos lembrarmos das respostas que demos. A espera de alguém com cancro pelo resultado de um exame para saber se pode continuar com a quimioterapia. Os segundos que se sucedem a um "Queres casar comigo?". A sala de espera de uma maternidade. O trânsito. Nestas situações não há nada a fazer. Porque o autocarro chega, a barriga desaparece, o diagnóstico é feito, o telefone toca, as notas saem, os resultados são positivos, o beijo responde, o bebé nasce e o sinal fica verde...

E cá estou eu... A viver a minha vida normalmente, enquanto espero uma resposta que vai mudar o meu caminho. Não sei se vou para a esquerda ou para a direita nem posso fazer nada quanto a isso. Pelo menos nesta fase. Vou continuar a caminhar em direção aos meus sonhos, isso é certo, só não sei por onde vou...

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